domingo, 5 de fevereiro de 2023

ORIGEM DE TEFÉ SEGUNDO A LENDA

 


DRAMATURGIA

ORIGEM DE TEFÉ SEGUNDO A LENDA

Roteiro e autoria do escritor Luís Sevalho

A imagem da capa é da segunda festa da castanha realizada nos dias 29, 30 de abril e 01 de maio de 1994 em Tefé Amazonas.

 

Composição da direção: Um diretor (a) teatral, um assistente de palco, um narrador (a) apresentador (a) e um técnico de som.

Observação: O diretor (a) da peça está identificado (a) com um jaleco azul escrito na frente: Diretor (a). De início ele (a) não aparece no palco, fica por trás da cortina ou numa sala reservada para distribuir o elenco no palco. Um técnico de som para cuidar dos efeitos especiais sono plásticos. Já o assistente fica no palco para resolver tudo. Deve estar com uma jaqueta laranja escrito nas costas: Assistente de Palco.

Todos os elencos: deus tupã, Índio Apiá, Índia Caboré, 12 ou mais índios (as) da tribo dos Tefés, equipe Aranha Negra (Carlos Ramalho, Valcyzinho de Moraes, o cachorro pastor alemão e o Mairon Barbosa).

 

Figurino do Elenco:

 

Índia Caboré: Tem Koká exuberante.  Cunhã Poranga que no ato final, da cintura para cima fica caracterizada de castanheira. Pode usar toda a criatividade para produzir a Caboré como castanheira;

 

Índio Apiá: Bem produzido e com um koká de liderança. Ele é o jovem índio mais bonito dos Tupebas;

 

Deus tupã: Fica por trás da cortina ou numa sala reservada falando em voz suave e mansa. Seu figurino é de livre escolha. Na despedida ele se apresenta ao público com o nome escrito no peito: deus tupã.

 

Tribo dos Tefés: Composta de uns 12 ou mais índios (as) caracterizados.

 

Figurino da equipe Aranha Negra:

 

Carlos Ramalho: caracterizado na figura de um homem bem barrigudo com cara de mau, porém, prestativo e de bom coração. Deve se apresentar com uma tira de pano amarrada na cabeça, blusa jaqueta (qualquer cor) com o nome escrito nas costas: Carlos Ramalho. Usa uma bermuda, calçado de bota sete léguas, empunhando um facão. Ele é o chefe.

 

Valcy de Moraes: Menino magro. Apresenta-se de boné, vestido com uma camiseta branca escrita na frente: Valcyzinho. Está de bermuda azul, tênis e mochila nas costas. Anda com o cachorro pastor alemão.

 

Mairon Barbosa: Empresário que se apresenta de traje social. Está identificado com o nome nas costas: Mairon Barbosa. Segura um simulacro de espingarda.

 

Cachorro pastor alemão: Pode ser uma pessoa caracterizada de cão ou um cachorro animal que vai puxado na coleira pelo Valcyzinho. Vale a criatividade para produzir o pastor alemão. É bom identificar o pastor alemão com uma jaqueta com seu nome nas costas.

 

Atenção diretor (a): Da equipe Aranha Negra somente o Valcyzinho de Moraes está vivo, os demais personagens são saudosos que serão representados por outros elencos. Consultar o Valcy para fazer parte do elenco. Na recusa, substitui-lo por outro.

 

Equipamentos e suportes técnicos: Adereços de galho de árvore (castanheira) para produzir Caboré da cintura para cima; equipamento de som; microfone com fio e sem fio; diversos utensílios indígenas (que seja bagagem de mão); música indígena; simulacro de facão feito de isopor ou madeira; simulacro de espingarda de isopor ou madeira e outros.

 

Cenário da peça: Pode ser na sala de aula, no auditório, no centro comunitário, ou na praça. Na falta de uma tenda deve haver uma cortina ou uma sala reservada para o diretor comandar as cenas dos atores e atrizes. Vale a livre iniciativa para enriquecer e ficar bem bonito o cenário.

 

Primeiro Ato: Abertura da peça.

 

  (O narrador (a) ou apresentador (a) que está na lateral do palco dá as boas vindas informando a todos que a apresentação da peça é: Origem de Tefé segunda a lenda de autoria do escritor Luís Sevalho).

 

Atenção: se o autor estiver presente deve ser chamado e apresentado ao público. Ele fica no palco para assistir a peça.

 

                                      [Narrador (a) ler o histórico]

 

 Histórico: Antes da formação de Ega os indígenas habitavam imemorialmente todas as áreas da região amazônica e a tribo Tupeba já dominava as terras onde é hoje a nossa cidade. Caboré é a Cunhã Poranga que simboliza a origem do município de Tefé.    

Narrador (a): - Vamos assistir ao espetáculo. Com vocês, origem de Tefé segundo a Lendaaa !!!!                   

(Neste momento o elenco tribal se apresenta no palco assumindo posições de trabalho. Todos fingem estar realizando alguma atividade de rotina da tribo. Caboré finge conversar com todos animadamente até que)

 

Cena 1    [ Caboré fala em alta voz que vai buscar alimento na floresta e toma rumo ignorado preocupando a tribo ]

                                 

                           (uso de microfone sem fio)

 

Caboré: - Meu povo aguarde aqui. - Vou ali ao Itapoã buscar alimento.

 

                            (Caboré se retira para trás da cortina)

 

 (A tribo continua “trabalhando” e depois de um minuto Apiá dá sinal de inquietude fazendo gestos impaciente. Neste momento Apiá posiciona a aldeia em circulo e começam a dançar com grito de guerra)

 

Todos: - Grito de guerra: Ê, eiá, eiá, eiá.         (Repeti)

 

(E, todos vão cantando e dançando, puxado por Apiá e o narrador (a) entra em ação)  

 

Narrador (a): Anoiteceu e Caboré não voltou. Noutro dia a tribo fez buscas nas matas do lago de Tefé, na estrada da Emade e Agrovila e não encontrou Caboré. A preocupação e tristeza tomou conta de todos.

 

                              (Depois das palavras do narrador (a)

 

Cena  2  [A tribo pára de dançar, abre alas e Apiá aproxima-se  do público muito triste e suplica à deus tupã]   

 

Apiá – Oh, deus tupã! - Onde está minha amada?

 

(Apiá desesperado dirige a pergunta ao público:)

 

Apiá – Vocês sabem onde está Caboré?

 

                   (sem resposta)

 

(Apiá procura Caboré em todos os cantos do palco como se estivesse na mata e não encontra nada. Fica de joelhos e apela a deus tupã)

 

                             (Apiá de joelhos)

 

Apiá: - deus tupã devolva minha amada!     

 

 

 

Cena   3   [deus tupã responde para Apiá em voz grossa]

                            

                                 (Voz de trovão na sonoplastia)

 

Tupã: - Índio guerreiro, sei da tua dor – estou repassando poderes para a equipe Aranha Negra encontrar Caboré.

 

(De joelhos, Apiá toma susto e fica na expectativa e tupã fala outra vez)

 

Tupã: - Aranha Negra já está a caminho.

 

Cena  04  [Equipe Aranha Negra que está oculta por trás da cortina se apresenta no palco cumprimentando primeiramente ao público para  levantar aplausos e depois, Carlos Ramalho fala com Apiá e explica o plano “A” para resgatar Caboré]

 

(Gestos de coragem. Toda equipe de Carlos Ramalho entra em posição de combate. Carlos Ramalho se apresenta olhando para todos os lados, empunha o facão, dá gritos de guerra e fala à Apiá)

 

Carlos Ramalho:

- Apiá, vamos resgatar Caboré, filha do nosso torrão.

- Nossa operação é terra, ar e mar.

- Vamos todos. - Por aqui.

 

(Apiá se levanta e acompanha a equipe Aranha Negra que já está quase sumindo do palco quando Valcyzinho e o cachorro se recusam a ir. Então, Carlos Ramalho volta para levar Valcyzinho à “força”, fingindo leva-lo no “empurrão” e todos vão para trás da cortina. Fica no palco somente a tribo dançando em circulo).   

 

Valcyzinho: - Não vou, tô com medo!             (gestos de medo)

 

Segundo Ato:

 

Cena   05 – [Apiá encontra Caboré às margens de um igarapé sem vida e fala à equipe Aranha Negra que está com ele atrás da cortina]                                             

 

               (Uso de microfone para o público escutar)

 

Apiá: - Encontrei minha amada, parece estar sem vida. – Vamos tirá-la daqui.

 

(O corpo de Caboré é conduzido por Apiá e equipe Aranha Negra para o centro do palco. Fica exposto ao chão fora da tribo, de frente para o público por um minuto. Depois a tribo se aproxima em circulo colocando Cabaré bem no meio da roda, de forma que o público não a veja e começam a dançar em sua volta preparando a índia para a transformação em castanheira)

 

                          

                                         (música indígena)

 

Atenção diretor (a): O assistente de palco entrega disfarçadamente à tribo os adereços e assessórios que vão transformar Caboré em árvore.

 

A equipe Aranha Negra fica dando proteção pelo lado de fora do ritual de transformação. 

 

Terceiro Ato:

 

Cena 06 – [Tupã fala à Apiá que Caboré foi derrotada pelo espírito do mal e se transformou numa castanheira]

 

Atenção diretor (a): Quando Tupã começar a falar, a tribo pára de dançar para ouvir deus tupã.

Tupã: - Apiáááá...         (atenção: a tribo pára de dançar)  

              (pausa)

Tupã: - Caboré foi enfeitiçada por Juruparí. - Ela se transformou numa castanheira em fidelidade a você e ao povo tefeense. – Agora ela é a deusa de Tefé.

Atenção diretor (a): Quando tupã terminar de falar a tribo continua dançando música indígena dando tempo para Caboré se caracterizar de árvore castanheira. Em seguida, o circulo se abre apresentando Caboré ao público já transformada em castanheira.

 

Quarto Ato  -  Final

 

Cena 07  [Caboré Castanheira se apresenta ao público como deusa de Tefé, segura as mãos de Apiá e juntos com a tribo dão sinal de retirada. Permanece no palco a equipe Aranha Negra numa suposta proteção à Caboré e o narrador (a) entra em ação]

Caboré Castanheira: - Olá, sou orgulho de Tefé, represento vocês – Viva a Festa da Castanha, Tchau      

Narrador (a): -  Aplausos

(Quando o elenco está se retirando o narrador pede para voltarem para a despedida final, já com a presença da equipe Aranha Negra, do diretor (a) e do deus tupã)

Narrador (a): -  Voltem aqui para a despedida final – aplausos para o nosso elenco e até breve.

                                                 FIM

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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