sábado, 18 de novembro de 2017

Agora você pode dramatizar Cururu Teitei na sua escola ou Município

DRAMATURGIA DO CURURU TEITEI


Teitei representado pela figurante Karla Sevalho


Extraído do Livro Rio Profundo
Autor Luís Sevalho
Dramaturgia escrita pelo autor.



DIREÇÃO GERAL: Diretor cineasta, assistente de direção, apresentador (a), sonoplasta e um assistente de palco caracterizado de vaga-lume, borboleta, etc.

TODOS OS PERSONAGENS: Vó Biná, menino Buiú e umas (5) crianças, Teitei, mulher doente, estudante apaixonado, casal de americanos, comunidade de ribeirinhos (de 5 a 8 figurantes) e um elenco que vai ficar na plateia.

EQUIPAMENTOS E SUPORTES TÉCNICOS: Um livro de historinha, cadeira, jangada móvel, réplica de câmara fotográfica ou celular de isopor, fundo musical com som de trovão e relâmpagos, barulho de um motor rabetinha, microfones, caixa de som, etc. 
                                                                                                            
CENÁRIO: Pode ser na sala de aula, no auditório, na praça. Vale a criatividade.

HISTÓRICO DA PEÇA: Tudo acontece quando uma ribeirinha do Rio Juruá, Vó Biná chega a Manaus a tratamento de saúde ficando na casa de um parente que mora em um ramal próximo a capital. À noite, as crianças se juntam para escutar as histórias vividas por ela. Dentre os mais interessados tem um menino Buiú que faz perguntas das mais diversas para matar a curiosidade. Uma das histórias que eles mais gostam é a saga do Cururu Teitei porque aguça o imaginário do povo rural que habita nossa região. Segundo o escritor Luís Sevalho, Cururu Teitei é um lendário gaturamo que desceu da cabeceira do Rio Eyrú no Juruá e se alojou na localidade Bacururu. Sua história remonta o tempo dos seringais onde os extrativistas oprimidos de tudo e por falta de assistência médica buscavam suas curas nas profecias do milenar sapo.    
PRIMEIRO ATO: Abertura pelo apresentador (a)

Atenção: Se o escritor estiver presente será chamado pelo (a) apresentador (a) para ser apresentado ao público. Em seguida ler o histórico da peça e anuncia o espetáculo a todos     

Apresentador (a): - Senhoras e senhores apresento a vocês a maior saga do século: Cururu Teitei.

CENA 1     [ Vó Biná entra em cena toda caracterizada. Senta numa cadeira com um livro na mão como se fosse o Rio Profundo e chama as crianças que estão brincando de roda para escutar a história do Cururu Teitei ]  
 
Vó Biná: - Hei crianças, sentem-se aqui. - Vou contar uma história para vocês. - Lá no Rio Juruá, região de Caitaú Bacururu, existe um sapo gigante com poderes ocultos.  

Buiú: É verdade vó!?- alguém já viu este monstro!?

CENA 2      [ Quando Buiú nem bem termina a pergunta o sapo entra em cena. Sentado numa jangada móvel, como se fosse um casulo, todo iluminado, cercado com teia de aranha e pirilampos, parecendo um Guru. Puxado pelo assistente de palco ou motorizado, começa curar as pessoas ]


CENA 3       [ Mulher doente sentindo dores de rasgadura na pá e segurando o ombro fala em voz cabocla, trêmula e fica curada ]

Mulher doente: – Oh meu Paim Teitei Já remei de canua há três dias para chegar até aqui. - Quero que cure minha rasgadura. - Adquiri esta marvada doença arrancando mandioca. - Éh, - o remédio da butique não deu jeito, só você pode me consertar.

Cururu Teitei: – Beata olhe para o público e diga: Tô curada e siga sem olhar para trás que ficará boa.

Mulher doente: - Tô curada.  (gesto de alegria)


CENA 4           [ Conversa entre Vó Biná com as crianças ]

Vó Biná: – Éh..., bom, como dizia; - Eu nunca vi o sapo, porém, caravanas inteiras já foram vê-lo. - Mas, só o enxergam de frente.    

Buiú: – Não acredito! – Vó, é verdade que ele não deixa a gente olhar pelas costas?

( Vó Biná faz gestos com a cabeça querendo concordar e responde )

Vó Biná - Quem o viu pelas costas passou mal só viu serpentes e depois caíram os dentes. - Agora, quem tem fé nele, fica curado.

CENA 5       [ Um estudante apaixonado fica ajoelhado e suplica ao misterioso sapo que o atende e o jovem sai sorrindo ]

Estudante: – Meu Teitei! - Estou na sofrência: - Minha namorada não quer nada comigo. – É só no zap-zap. – por enquanto só levo chifre. - Ajude-me ó Paim a resgatar minha donzela, te imploro, por favor!  

Teitei: – Acalme-se, meu chifrudinho. – Arrume um fio de cabelo da amada, embrulhe em um papel virgem junto ao nome dela e jogue o em cima da casa dizendo:  

Marlinda, minha ambição,
Seu amor está preso
Dentro do meu coração.

Teitei: - Respire fundo, cumprimente o público e saia feliz.

SEGUNDO ATO:               

CENA 6         [ Enquanto o sapo finge estar dormindo, Buiú conversa com Vó Biná ]
                                                         
Buiú: – Vó, - agora me deu foi medo! - Será que alguém tem alguma filmagem desse pré-histórico?

Vó Biná: – Ah, - não sei filho. - Um helicóptero que tentou filmar foi incendiado. - Os gringos americanos que fizeram selfies também tiveram as câmeras queimadas. - Ninguém sabe explicar o motivo.


CENA 7         [ Entram em cena os turistas fingindo que estão filmando, fotografando a paisagem até que um deles encontra o sapo dormindo e, admirado aponta para o bicho e diz em sotaque inglês ]

Turista americano: – Olha ele lá! – Yes, o Tatei de certeza. Lá está. - Tamós com sorté. - Achamos house dele. - Vamos filmá-lo e depois, vender seus poderes.


CENA 8          [ Enquanto estão filmando o sapo acorda e grita bem alto para  assustar os gringos que fogem deixando  todos os seus pertences fotográficos ]

Teitei: – Hah, ah, ah,  


CENA 9            [ Buiú fala admirado com Vó Biná ]

Buiú: – É interessante! - E ainda tem gente que não acredita! - Parece coisa de filme!

Vó Biná: - Bom. - Não tema. - O que se sabe é que numa noite de temporal o sapo sumiu.

CENA 10         [ Neste momento os ribeirinhos se juntam em torno do sapo desenvolvendo movimentos rítmicos como se fosse uma dança seguidos de um fundo musical com batidas fortes que imitam relâmpagos e trovões e aos poucos se retiram de cena levando também o Teitei ]   


CENA 11        [ Vó Biná e Buiú ficam abismados e continuam conversando ]

Buiú: - Vó!   - A senhora tinha medo do sapo? Ele já saiu alguma vez de lá?

Vó Biná: – Sim. - Tremia de medo; outros não. - Tinha gente que fechava a janela da casa cedo da noite, mas nunca aconteceu nada.  – Certo é que depois do temporal ele sumiu de lá.  
Buiú: – Meu deus! - Para onde ele foi? - Será que veio pra cá!?

Atenção: citar o nome do município, comunidade, ramal ou a escola onde a peça está sendo apresentada.  


Vó Biná: – Não sei. – Dizem que se mudou do Rio Juruá para o Rio Uatumã. -Vem descendo numa jangada. - Deve chegar aqui às 5h da madrugada.

Buiú – Vó, com essa fama toda quando ele chegar aqui vai bombar nas redes sociais. (risos)


CENA 12        [ Vó Biná olha para o lado, enxerga o sapo que vem descendo o Rio Juruá e  mostra para o neto. ]

Vó Biná: - Olha lá! – é o Teitei descendo o Rio Juruá


Atenção assistente de palco: - Puxar a jangada com o sapo que vem acompanhado de ribeirinhos fazendo de conta que ele vem descendo o rio ao som de um motor rabeta. Dar uma volta no palco onde os devotos fazem gestos de adoração. Em seguida retiram-se todos levando também o Teitei.  


CENA 13          [ Vó Biná comenta  a fama do sapo com o Buiú ]

Vó Biná: – Olha! - Onde ele passa junta uma multidão. Todos querem tocar nele para obter a salvação.

Buiú: - Que história interessante! - Quando ele ancorar em “Balbina” (ou em Manaus ou outro município onde a peça está sendo apresentada) vou pedi para o IBAMA trazer ele aqui na escola, no ramal ou vila para quem triscar nele ficar livre de todos os pecados.   

Vó Biná: - Todos são obrigados a ir encontrar o bicho lá no porto. - Quem não for terá a vida assombrada e a casa incendiada.


TERCEIRO ATO:                                          FINAL

CENA 14           [ Após a última fala, todos os atores se reúnem para saudar ao público junto com o Sapo que deve ficar de pé sem a máscara. Quando se preparam para finalizar alguém vem da plateia gesticulando, sobe no palco e pede a palavra. Na verdade este elenco da plateia recebe um microfone para encerrar o espetáculo agradecendo a todos ]

Elenco da plateia: - Gente! – Quero falar uma coisa. - Parem de falar do Teitei.-  Ele é um bicho sagrado e nunca vai sair do Rio Juruá.  - Em nome do gestor (a) e toda sua equipe escolar, agradecemos as autoridades presentes e a todos que prestigiaram o nosso evento. Obrigadooooo e até a próxima, bye.

                                                       FIM




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Escritor e poeta Luís Sevalho
Rua Malvarisco, 136 – Jorge Teixeira 4ª etapa.
CEP 69.088-413   E-mail luissevalho@hotmail.com
Fones: (92) 99462-6132   (Luís Sevalho)
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