ORIGEM
DE TEFÉ
Autor
Luís Sevalho
A aldeia de Tefé foi fundada inicialmente
entre os anos de 1687-1688, pelo jesuíta austríaco Samuel Fritz que estava a
serviço da Espanha. Os primeiros índios aldeados por Fritz foram os Uainumans
(beija-flor), tribo júri, povo Axiuarí, além de outros povos como os
Jurupixunas (boca preta) e os passés. Eles foram descidos do Japurá e agrupados
às margens do Rio Tapi (Tefé) onde Samuel Fritz fundou a aldeia de Santa Teresa
dos Axiuarís em Vila Valente lugar denominado de Tambaqui Paratu que quer dizer
prato de tambaqui. A origem dessa cidade resultou das constantes lutas entre as
duas Coroas (Portugal e Espanha) que através do tratado de Tordesilhas,
dividiram o Brasil em duas partes. Depois dessas desavenças e a expulsão dos
espanhóis da região, os carmelitas portugueses Frei André da Costa e Frei
Baltazar da Madre de Deus ficaram administrando a Missão de Parauarí que ficava em frente ao município de Alvarães
(antiga Caiçara) onde juntou os índios sobreviventes das aldeias de Taiassutuba
(bando de porco), próximo à Fonte Boa, com os de Saiassutuba (ilha dos veados)
no Paraná do Machado, onde é hoje a comunidade do Marí-marí, formando uma só
Nação. Devido o período da enchente do rio com alagações constantes das áreas
habitadas, Frei André transferiu o povoado de Parauarí para Tambaqui-Paratu
(Vila Valente) em 1712 na Boca de Tefé, onde misturou as etnias recém-chegadas
com os povos Axiuarís.
Somente em 1718, Frei André da Costa e
todo seu povo indígena saíram da Vila Valente para fixar moradia às margens do
lago de Tefé (Rio Tapi ou Tepé) onde juntaram-se ao povo Tupebas, formando uma
nova missão, a de Santa Teresa dos Tubebas ou Tapibás. Do topônimo Tupebas
vieram as variações Tapi, Tepé, Tephé, Teff’é e finalmente Tefé. Na língua
geral o Nheengatú, Anísio Jobim afirma que os portugueses diziam que a palavra
Rio Profundo quer dizer Tefé, porque deriva de Tapi ou Tepé que era o tronco
linguístico falado pela extinta tribo dos Tupebas.
O conflito entre portugueses e espanhóis
levou a uma separação na chamada América Portuguesa, devido a grande extensão
na área da parte Norte. As regiões Norte-Nordeste foram subdivididas em
capitanias. Esta divisão determinava a expulsão dos espanhóis do território
português e a elevação das aldeias em vilas fundadas pelos jesuítas,
denominando e nomeando um diretor para cada vila e um administrador para cada
lugar. Dominada pelos portugueses a aldeia de Tefé foi elevada à categoria de
vila em 1759, com a denominação de Ega. Os tratados subsequentes (Madri - 1750,
e Santo Ildefonso - 1777) não resolveram as questões territoriais do Norte do
Brasil e, em 1855, a Vila de Ega tornou-se sede da Comarca do Solimões, com uma
área de cerca de 500.000 km2.
Dada a grande extensão de terras do
município, dele foram desmembradas algumas vilas, dando origem posteriormente a
novos municípios: Coari (1848), São Paulo de Olivença (1882), Fonte Boa (1891),
Eirunepé (1894), Carauarí (1913), Maraã, Japurá, Juruá (1955), Uariní e
Alvarães (1981). Lembrando que antes todos eles pertenciam a Tefé. O
aniversário da majestosa cidade acontece no dia 15 de junho data de sua
elevação à cidade pela Lei Provincial n° 44 de 15 de junho de 1855.
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