sábado, 22 de novembro de 2014

Origem de Tefé

ORIGEM DE TEFÉ

Autor Luís Sevalho
     
A aldeia de Tefé foi fundada inicialmente entre os anos de 1687-1688, pelo jesuíta austríaco Samuel Fritz que estava a serviço da Espanha. Os primeiros índios aldeados por Fritz foram os Uainumans (beija-flor), tribo júri, povo Axiuarí, além de outros povos como os Jurupixunas (boca preta) e os passés. Eles foram descidos do Japurá e agrupados às margens do Rio Tapi (Tefé) onde Samuel Fritz fundou a aldeia de Santa Teresa dos Axiuarís em Vila Valente lugar denominado de Tambaqui Paratu que quer dizer prato de tambaqui. A origem dessa cidade resultou das constantes lutas entre as duas Coroas (Portugal e Espanha) que através do tratado de Tordesilhas, dividiram o Brasil em duas partes. Depois dessas desavenças e a expulsão dos espanhóis da região, os carmelitas portugueses Frei André da Costa e Frei Baltazar da Madre de Deus ficaram administrando a Missão de Parauarí  que ficava em frente ao município de Alvarães (antiga Caiçara) onde juntou os índios sobreviventes das aldeias de Taiassutuba (bando de porco), próximo à Fonte Boa, com os de Saiassutuba (ilha dos veados) no Paraná do Machado, onde é hoje a comunidade do Marí-marí, formando uma só Nação. Devido o período da enchente do rio com alagações constantes das áreas habitadas, Frei André transferiu o povoado de Parauarí para Tambaqui-Paratu (Vila Valente) em 1712 na Boca de Tefé, onde misturou as etnias recém-chegadas com os povos Axiuarís.
     Somente em 1718, Frei André da Costa e todo seu povo indígena saíram da Vila Valente para fixar moradia às margens do lago de Tefé (Rio Tapi ou Tepé) onde juntaram-se ao povo Tupebas, formando uma nova missão, a de Santa Teresa dos Tubebas ou Tapibás. Do topônimo Tupebas vieram as variações Tapi, Tepé, Tephé, Teff’é e finalmente Tefé. Na língua geral o Nheengatú, Anísio Jobim afirma que os portugueses diziam que a palavra Rio Profundo quer dizer Tefé, porque deriva de Tapi ou Tepé que era o tronco linguístico falado pela extinta tribo dos Tupebas.
     O conflito entre portugueses e espanhóis levou a uma separação na chamada América Portuguesa, devido a grande extensão na área da parte Norte. As regiões Norte-Nordeste foram subdivididas em capitanias. Esta divisão determinava a expulsão dos espanhóis do território português e a elevação das aldeias em vilas fundadas pelos jesuítas, denominando e nomeando um diretor para cada vila e um administrador para cada lugar. Dominada pelos portugueses a aldeia de Tefé foi elevada à categoria de vila em 1759, com a denominação de Ega. Os tratados subsequentes (Madri - 1750, e Santo Ildefonso - 1777) não resolveram as questões territoriais do Norte do Brasil e, em 1855, a Vila de Ega tornou-se sede da Comarca do Solimões, com uma área de cerca de 500.000 km2.

     Dada a grande extensão de terras do município, dele foram desmembradas algumas vilas, dando origem posteriormente a novos municípios: Coari (1848), São Paulo de Olivença (1882), Fonte Boa (1891), Eirunepé (1894), Carauarí (1913), Maraã, Japurá, Juruá (1955), Uariní e Alvarães (1981). Lembrando que antes todos eles pertenciam a Tefé. O aniversário da majestosa cidade acontece no dia 15 de junho data de sua elevação à cidade pela Lei Provincial n° 44 de 15 de junho de 1855.

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